_Mariana Menegon
Não é novo o conhecimento que a arquitetura e a música têm laços que as interligam. Os mais diversos estudos e dissertações acadêmicas que investigam as diferentes relações entre as duas, que podem ir desde as mais complicadas noções matemáticas até as mais abstratas metáforas, são evidência disso.
Outro indício disso é o fato de que, como verdadeiras irmãs, a arquitetura e a música compartilham coisas entre si, no caso, termos. Palavras como ritmo, harmonia e composição existem em ambos universos, ainda que com significados diferentes. Além disso, a relação das duas em alguns momentos chega a ser tão próxima que uma acaba por influenciar a outra.
Algumas vezes a influência é bastante direta, como é o caso do projeto de 2013 do arquiteto japonês Kengo Kuma para o Conservatório de Música Darius Milhaud em Aix en Provence na França, com suas fachadas que lembram as teclas de um piano e uma partitura. Ou então quando Caetano Veloso abre “Sampa” com o famoso verso sobre o cruzamento das Avenidas Ipiranga e São João e ao longo da música discorre sobre a capital paulista e suas peculiaridades.
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As fachadas “musicais” do Conservatório de Aix en Provence, projetado por Kengo Kuma. (Fotos de Roland Halbe)
disponível em: www.archdaily.com.br/br/624020/conservatorio-de-musica-em-aix-en-provence-kengo-kuma-and-associates
Em outros momentos, a inspiração pode ser mais sutil e delicada, afinal músicos e arquitetos estão sempre procurando referências em seu entorno e podem achar os mais diversos conceitos nos mais inusitados lugares, físicos ou não. Independente de qual seja a forma que uma apareça na outra, não se pode negar que essas duas diferentes formas de transmitir ideias estão entrelaçadas, como as mãos de duas irmãs a brincar juntas.
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