_Mariana Menegon
No segundo semestre deste ano foram anunciadas expansões de dois dos mais importantes e icônicos museus de São Paulo, o MASP e a Pinacoteca, e a população só tem a ganhar com isso.
Em agosto saiu a notícia de que o Museu de Arte de São Paulo (MASP), projetado por Lina Bo Bardi e, inclusive, brevemente discutido na segunda edição de nossa revista, ganhará um anexo de 14 andares que aumentará a área do museu em 6945m2, passando dos atuais 10485m2 para 17680m2 e assim expandindo a área de exposição do museu em 66%, além de propor salas de aula, restaurante, reserva técnica, laboratório de restauro e loja. O novo edifício, assinado pelo escritório METRO Arquitetos em colaboração com Júlio Neves, já foi aprovado pela Prefeitura e tem a previsão de sua conclusão para janeiro de 2024.
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Render que mostra o edifício Pietro Maria Bardi, como foi batizado a expansão do museu, ao lado do icônico prédio do MASP, agora batizado de Lina Bo Bardi, em homenagem à arquiteta que o projetou. Créditos: METRO Arquitetos.
Agora, na segunda metade de novembro, foi a vez da Pinacoteca de São Paulo anunciar o início das obras da Pina Contemporânea, que com sua criação conferirá à instituição o título de um dos maiores museus, em área e capacidade de visitantes, da América Latina.
A saga da criação do novo espaço do museu teve início em 2008, quando o governo do estado iniciou o processo de transferência de uma escola estadual localizada próximo à Pinacoteca Luz - situada no antigo Liceu de Artes e Ofícios e que passou por ampla reforma, projetada por Paulo Mendes da Rocha, durante os anos 1990 - para um novo prédio a poucos metros de distância e que só foi concluída no ano de 2014 com a conclusão da construção da nova escola. Por fim, em 2018 o terreno foi oficialmente cedido à Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
O projeto da Pina Contemporânea, previsto para ser concluído em novembro de 2022, é uma colaboração do escritório Arquitetos Associados com Silvio Oksman e mantém os dois edifícios originais da década de 1950, que serão restaurados e reformados e passarão a ser conectados por uma grande praça pública coberta, além de contar com duas galerias, ateliês destinados a aulas, biblioteca, auditório, entre outros ambientes. A proposta soma 1162m2 de área expositiva ao museu, que passará de 7950m2 para 9112m2 contando os três edifícios: a Pinacoteca Luz, a Pinacoteca Estação e a Pina Contemporânea.
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Render da praça coberta a ser criada entre os edifícios destinados a Pina Contemporânea. Créditos: Arquitetos Associados.
Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/972542/pinacoteca-de-sao-paulo-ganhara-novo-edificio-e-se-tornara-um-dos-maiores-museus-da-america-latina
Independente de forma, duração da construção e até o acervo a ser exposto em cada um destes novos espaços, uma das principais e mais importantes características das expansões desses museus é a ampliação do acesso à cultura, não no sentido da democratização do acesso - que é uma discussão de grande importância e que merece sua devida atenção -, mas sim da cultura ganhar mais espaço na cidade. Acervos como o do MASP - que, atualmente, por limitações físicas tem apenas cerca de 1% de suas obras expostas - serão abertos ao público e, desta forma, a população terá maior contato com pinturas, esculturas e outras expressões artísticas que normalmente não teriam acesso. Além disso, a criação de espaços educacionais como parte da expansão destes museus contribui para uma construção da cultura e da arte do futuro, já que inspirará e ajudará a criar uma nova geração de artistas.
Desta forma, esses novos espaços são mais do que bem-vindos e necessários, não só em São Paulo, mas no país inteiro. Afinal, cultura e arte não nos faltam, o que precisamos são de locais adequados para expô-las e expressá-las.
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