_Beatriz Rolim e Giovanna Dias
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 aconteceram entre 25 de agosto e 5 de setembro de 2021. A diferença de ano entre o nome e a data da realização se deve à pandemia de COVID-19, que fez com que os Comitês Olímpico e Paralímpico Internacionais adiassem a realização dos jogos a fim de proteger a saúde dos atletas.

Anteriormente chamados de “Olimpíadas dos Portadores de Deficiência", os Jogos Paralímpicos tiveram sua primeira edição em setembro de 1960, na cidade de Roma - com 400 atletas de 23 países diferentes participando em 8 modalidades. Porém, esportes entre atletas com alguma deficiência começaram a existir muito antes disso, se popularizando logo após a Segunda Guerra Mundial, quando os militares feridos nas batalhas foram acolhidos e participaram da prova de tiro ao alvo nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948.

Primeira Paralimpíada, Roma 1960
A primeira participação brasileira aconteceu em 1972, e a primeira medalha foi conquistada em 1976, nos jogos de Toronto, por Luiz Carlos da Costa na prova do lawn bowls - esporte semelhante à bocha que é jogado na grama. Diferentemente das primeiras, nas últimas participações o Brasil vem sendo referência, mantendo-se entre os 10 primeiros países no ranking de medalhas das últimas edições. O país terminou a competição ocupando o 7° lugar na tabela, o mais alto na história do país, com 72 medalhas no total, sendo 22 de ouro vindas, em sua maioria, do atletismo e da natação, e outras 20 de prata e 30 de bronze.
O maior destaque paralímpico brasileiro, sem dúvidas, é o nadador Daniel Dias. O Mackenzista nascido com malformação congênita já acumula 27 medalhas paraolímpicas desde a sua primeira participação em 2008, sendo 14 de ouro, 7 de prata e 6 de bronze. Apenas nos jogos deste ano, o nadador conquistou 3 medalhas, todas de bronze. Aos 33 anos, ele se aposenta como o maior medalhista paralímpico brasileiro da história, isso sem contar as outras 40 medalhas mundiais e 33 Para-Panamericanas.

Nadador Daniel Dias
Apesar do grande sucesso do país nos jogos, o Brasil não dá tanta atenção às Paraolimpíadas quanto dá às Olimpíadas. O preconceito e a falta de apoio e incentivo financeiro afetam, sim, o rendimento dos atletas e são fortes indicativos dos valores de nossa sociedade. É como disse Adilson R. Gonçalves: “O menor reconhecimento aos atletas paralímpicos, creio eu, é devido à vergonha de nossa incapacidade. A pessoa pensa: como é que alguém com uma deficiência consegue tal desempenho enquanto eu fico reclamando de dor no joelho, de usar óculos e outras pequenezas? Com os atletas paralímpicos, tal barreira não existe, porque a comparação muda de patamar”

Abertura Paraolimpíadas, Tóquio 2020/2021
E aí? Mudou de ideia sobre as Paralímpiadas? Que tal rever rever os melhores momentos, acompanhar e incentivar nossos atletas incríveis?
Commentaires